05/07/2010

A Saga do Amor - Parte V (Amor constante = Exercício de conquista)



Para durar, o amor deve ser um constante exercício de conquista. Enganam-se as pessoas que pensam que é hora de sossegar num relacionamento estável, que a sedimentação da relação garante, por si só, a sua sobrevivência.


Se não for cultivado diariamente, com pequenos e também grandes gestos de atenção, o relacionamento se acomoda e o entusiasmo vai embora. A disposição para com o cuidado com o outro é que mantém a chama acesa.


Tudo começa movido pelo elemento fogo: é paixão! Arrebatadora! Corações em brasa, corpos ardentes, disponibilidade total, olhares enamorados, admiração mútua... Uma beleza! Ele e ela foram bem sucedidos na conquista e entendem que o amor se instalou inexoravelmente. Tornam-se irremediavelmente "felizes para sempre"!


Com o passar do tempo o fogo abranda, o gráfico da paixão ameaça raspar na base do papel, o olhar já não pousa sobre os olhos do outro, os beijos já não são mais ardentes e a motivação para os programas a dois diminui.


A vida é assim, certo? Errado! E o erro está em acreditar que a manutenção de um relacionamento - e do fogo, claro - seja algo automático e que deveria ocorrer naturalmente. Uma relação amorosa é um grande desafio.


O jogo começa quando se pensa que terminou (com a efetivação da união). Não se sustentará, a menos que seja vivido como um constante exercício de conquista. Amor é labor. É há de ser assim, ou perecerá. Nada na vida funciona bem, a menos que se renove. A renovação da conquista é tão importante quanto reafirmar a escolha amorosa. Para conquistar o parceiro, a parceira, tudo de que se necessita é disposição pessoal para o cuidado. Regar a planta, remover as ervas daninhas, nutrir. Ele - ou ela - perceberá o cuidado, experimentará gratidão e verá renovar-se no peito o bem querer. E esse cuidado reafirma o sentimento de bom gosto na escolha de parceria. "Ah, como é bom meu amor importar-se comigo e tratar bem de mim".


A chama amorosa se renova e dá sustentação à continuidade e ao crescimento do vínculo e do prazer de vivê-lo.


(Baseado nos estudos de Alberto Lima, psicoterapeuta)

Nenhum comentário: